sábado, 8 de agosto de 2009

Sede

Sentado na frente do computador, aquela secura na garganta. Secura, palavra de avós, que ao lado de frigideire\frigider, povoava meu anseio. Seria que lá dentro eu encontraria algo que me saciasse? Não, eu já podia sentir as bolhas do gás do refrigerante corroendo o esmalte dos meus dentes, que não mostrava muita resistência, depois da exposição a açúcares dos mais diversos tipos. O inverso então, escova-los. Mas não é o que preciso. A suposta refrescância do creme dental é tão artificial quanto os comerciais que fazem para vende-lo. Passam os minutos, e a sensação permanece. Ao mesmo tempo, desenho, escrevo leio e rio, e essa ultima ação me faz voltar a dor. Porque? Por todas as divindades, isso é pior do que querer comer algo e não saber o que. A necessidade de alguma coisa que desça pela goela, que deixe a sensação de paz, que faz falta, como faz falta uma pessoa querida, um cachorro, um mosqueteiro. Isso, mosquitos. São eles dentro da, minha garganta, grunindo, arranhando, fazendo essa balbúrdia. De novo, outra palavra do passado. Será que a solução seria algo assim? Clássico? Não acredito que houvessem tantas firulas nos tempos passados, devia ser mais simples de se viver, coisas mais simples, porém não necessariamente mais fáceis. Desisto, e ai, me vem a luz. Corro até a cozinha, arrastando as pantufas e encho o copo. Três vezes. E a água parece mais saborosa que a melhor bebida que já provei.

2 comentários:

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  2. "mosquitos. São eles dentro da, minha garganta, grunindo, arranhando, fazendo essa balbúrdia" = Mosquitos tal como idéias que voam na mente

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